Estranho falar sobre isso, mas pensei em desistir de escrever (como se eu pudesse parar de respirar por minha própria vontade).
Observei o mundo e sua cor não era mais a mesma. Tudo havia se tornado um fosco, anuviado, entristecido pela tristeza qu'eu nem sabia que estava por perto.
Estar por perto.
Afinal, o que é "estar perto"?
Todos estamos perto de nossa morte, assim como estamos perto de nossa vida;
Todos estamos perto do amor, assim como vemos o ódio espalhado por meio de tantos olhos que não se usam para observar.
Observar.
Não vejo mais a poética sendo desenhada num voo livre de um pássaro branco a tocar o infindável céu que já foi meu refúgio.
Quando olho para uma criança, não dou um sorriso e meu coração aperta. Meu coração aperta por eu não sorrir e saber que aquele pequenino ser não é fruto do meu amor com ninguém.
Ninguém.
Conheço muitos ninguéns. Zés, Pedros, Joãos. Muitos que não têm nome e outros tantos que de tantos nomes acabam se esquecendo de si mesmos.
Nós mesmos.
Preciso aprender a abrir os dois braços em meu próximo alçar no céu. Minha mão deve parar de procurar a sua em um vazio que ocupa o espaço necessário para ser solitária.
Solidão.
É pensar em você sabendo que não tenho nada de ti, não sou nada para ti e que me usa como um leque quando calor e um cobertor quando frio. O problema são todas as outras estações as quais você passa.
São essas que não suporto mais.
Suportar.
Carregar algo mais pesado que sua própria força de levantar.
E assim tentando levar para todos os lados você.
Fingindo estar feliz quando quebrado estava.
Agonizando por um oi em minha solidão.
Chorando sozinho no escuro.
Olhando para o nada.
Pensando em ti.
Esqueço-me.
E desisto.
E desisto de desistir.
Marcelo Lito de Moraes
15/6/10
15/6/10
3 comentários:
Melancolicamente agoniante...
Ai Ma, que dor!!!
não desista não meu amigo...
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